Que moda e arquitetura tem um sério caso de amor, isso nao é novidade nenhuma. Já dizia a grande dama da alta costura Coco Chanel que moda e arquitetura é a mesma coisa mas em outras proporções. Isso porque tanto na moda quanto na arquitetura são levado em consideração a escala, a textura, os materiais, a luz e sombra e uma série de outros fatores tão comuns nessas duas disciplinas. Hussein Chalayan, Nicolas Ghesquière, Balenciaga ou Glória Coelho são exemplos de estilistas que atravessaram a fronteira da moda e, imbuídos da boa arquitetura, constroem peças fantásticas em suas coleções.
Agora, o que esperar quando uma das mais importantes consultoras de moda e estilo do país, Glória Kalil, resolve encomendar o projeto de sua casa de final de semana dentro da cidade de São Paulo? E se o arquiteto escolhido for Angelo Bucci?
A resposta veio através deste projeto, de traço autoral onde o concreto parece flutuar.
Abaixo, confira a entrevista que Angelo Bucci cedeu à Revista Arquitetura e Construção.
O que lhe agrada nesta obra?
Justamente o fato de não saber muito bem como nomeá-la. Uma casa? Um
refúgio de fim de semana? Isso me obrigou a pensar de outro modo. Gosto,
então, de brincar com a pergunta: você conhece uma casa com piscina,
mas e uma piscina sem casa? Normalmente, ela é um acessório, assim como o
jardim, porém aqui acontece o contrário. A residência é o programa
primordial da arquitetura. E a função que lhe dá sentido, seu núcleo, é o
morar. Como fazer um projeto no qual esse núcleo não existe? Trata-se
de um assunto muito rico para a arquitetura.
E como analisa a construção diante da cidade?
Foi interessante ouvir dos proprietários que queriam ficar em São
Paulo, evitar o trânsito. Este projeto nasceu no contra fluxo do tráfego.
Ele alivia o movimento de saída dos carros, esvazia as ruas, ocupa a
cidade quando ela tende a ficar deserta. Curioso observar o desejo de
obter não o máximo de coeficiente construtivo e aproveitamento, mas o
máximo coeficiente de jardim e de luz. No contexto de um bairro, isso é
muito produtivo.
Suspender a raia foi essencial?
Ao pensar numa piscina, vem a ideia imediata de um tanque enterrado.
Assim, no entanto, ela estaria sujeita à sombra dos vizinhos. Propus
elevá-la porque, aqui, a superfície está em cima. E ela está orientada
exatamente no sentido da rota dos aviões – temos até o mapa de
aproximação. Gosto dessa imagem criada num cenário tão urbano.
Para ver a matéria publicada na Arquitetura e Construção clique aqui. Para conhecer mais obras do arquiteto clique aqui.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado! Logo responderei seu comentário.
CHEZ MOI