sexta-feira, 7 de março de 2014

A CASA DE OLIVIER ANQUIER E ADRIANA ALVES

2 Comentários
Avesso a modismo, Olivier  decidiu que ele mesmo iria decorar seu belo apartamento, num edifício dos anos 1940 na Praça da República, região central de São Paulo.

Com o auxílio de uma corretora, viu 20 apartamentos num único dia. Do alto de um deles avistou a cobertura do edifício Esther. “Parecia uma favela, mas alguma coisa me puxava para ali”, afirma. Anquier descobriu que o lugar estava à venda e apostou todas as fichas numa proposta audaciosa. Negócio fechado, começaram as obras. Foram oito meses de aventuras, dores de cabeça e adoráveis descobertas. Anquier foi tocando ele mesmo o projeto, apenas direcionando o mestre-de-obras.


A preocupação era devolver as características originais privilegiando materiais da época. Durante a reforma, Anquier se debruçou em livros e documentos sobre o prédio e a obra de Vital Brasil. Resgatou a antiga planta e chegou às preciosidades das medidas. As janelas, por exemplo, voltaram a ser originais e o piso também. Aliás, o piso, é um capítulo à parte.





O desenho assinado pelo cartunista francês Wé Zé Frez Tardi o acompanha desde os anos 1970.




Um dia, passando por uma rua, Anquier viu uma caçamba lotada de tacos de madeira. Todos inteirinhos, literalmente no lixo. Retornou com seu veículo utilitário de transportar alimentos. Passou a noite enchendo o carro de tacos e levando para casa. A quantidade achada deu perfeitamente para cobrir o chão do apartamento. Anquier tirou proveito da diferença das cores entre eles e criou um elegante mosaico de madeira no chão. Coisa de quem tem faro para encontrar tesouros e dar a eles a função que merecem.







O décor do apê é todo feito com peças pinçadas por ele em antiquários e “famílias vende tudo”. Brecholento assumido, Anquier diz que adora aproveitar, restaurar. “Gosto de coisas e de gente com personalidade, de tudo que tem história”, diz. Ao mesmo tempo é desligado de nomes e grifes. Compra o que agrada ao olhar sem preocupação com a origem. “Outro dia soube por acaso que os bancos da minha cozinha são do Zanine (o designer Zanine Caldas)”, conta. Surpresa maior foi descobrir que o próprio Vital Brasil morou em seu apartamento por seis meses.
Viver esse passado e essas histórias para ele é quase uma filosofia. Por isso o jeito caseiro de ser. Depois de um dia de trabalho no novo restaurante L’Entrecôte de Ma Tante, no Itaim, em São Paulo, onde vai de mesa em mesa perguntando o que o cliente achou da receita secreta de sua tia Nicole, é na cobertura cercada pelas luzes de São Paulo, que o francês, criado em Montmartre, se sente em casa.


Para ver a matéria na íntegra acesse aqui e aqui.

2 comentários:

Unknown disse...

Que maravilha o bom gosto erudito do europeu Olivier com o toque de tropicalismo e cores da chiquérrima Adriana Alves ! PARABÉNS vcs vivem com muito estilo e rodeados de pecas de muita qualidade e estilo ;) Treés bien !!!!

Anônimo disse...

Tudu mentiras que achou os tacos na casanba fui eu gilmar gomes cota quen teve a ideia de reaproveitar e de restaurar coisas antigas foran minhas ele eum oportunista aproveitador