Acabo de sair de uma imersão com a Poltronova e voltei com a sensação de ter descoberto um universo secreto do design. Em poucas horas, o time de criação percorreu as peças mais emblemáticas do portfólio e compartilhou histórias deliciosas que eu sequer imaginava. Por isso me senti encorajado a vir aqui no blog e compartilhar tudo o que descobri com vocês.
A Poltronova foi fundada em 1957 por Sergio Cammilli, em Agliana, na Toscana. Logo nos primeiros anos, contou-se com o talento de Ettore Sottsass como diretor artístico, ele entrou em cena em 1958.
A marca distinguiu-se por ser uma espécie de laboratório radical de design: num momento em que muitas empresas de mobiliário seguiam a linha moderna ou funcionalista, a Poltronova abriu espaço para ousadias. Colaborou com nomes como Archizoom, Superstudio, De Pas-D’Urbino & Lomazzi, Gae Aulenti, Angelo Mangiarotti, Giovanni Michelucci — gente que queria romper, questionar, brincar com formas, cor, matéria, conceito.
Nos anos 60 e 70 o design radical italiano fervilhava, e Poltronova foi centro desse movimento. Também participou em exposições importantes, como “The New Domestic Landscape” no MoMA de Nova York (1972), contribuindo para que algumas das suas peças se tornassem ícones reconhecidos internacionalmente.
Com o passar do tempo, houve fases de maior comercialização e também alguns períodos de descaso, mas o espírito original resistiu através de reedições e do trabalho do Centro Studi Poltronova, que preservou arquivos, memórias, desenhos, peças históricas. Hoje Poltronova vive uma espécie de renascimento: relançamentos de clássicos, peças históricas produzidas de novo, mantendo o DNA ousado e irreverente da marca.
Estas são algumas das que mais me chamaram à atenção — tanto pelo design quanto pelo “espírito Poltronova”:
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| Joe (De Pas, D’Urbino, Lomazzi, 1970) — aquela poltrona/divanete/pufe em forma de luva de basebol. É divertida, escultórica, pop, e ao mesmo tempo potente no seu impacto visual. |
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| Ultrafragola (Ettore Sottsass, 1970) — espelho/luminária com moldura sinuosa, luz rosa, bordas ondulantes. Uma peça que conflui design, teatro, luz, objeto de desejo. |
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| Mies (Archizoom Associati) — cadeira/poltrona que contrasta com muito do que se fazia tradicionalmente: estética radical, forma forte, atitude. |
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| Passiflora (Superstudio) — um candeeiro-de pé com formas florais, materiais pop, que atinge uma estética quase performativa. |
A Poltronova ganhou meu coração e entrou no meu radar. Bravo!













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